O tráfico africano desde o inicio do século XIX, vinha sofrendo pressões por parte da Inglaterra para ser acabado, mesmo ela sendo uma das principais traficantes do Atlântico. Mas com que objetivo a Inglaterra queria a proibição do tráfico negreiro? Obviamente não seria almejando novos consumidores para comprar suas mercadorias, pois os escravos não tinham renda e nem foi por questões humanitárias, o principal motivo foi à busca por um imperialismo exclusivo e isso só poderia se concretizar com a economia fortificada.
Nesse período a colônia portuguesa (Brasil), estava exportando em grande escala, e para Inglaterra era uma extensa ameaça. No primeiro momento em 1807 a Inglaterra decretou o fim do tráfico em suas colônias e em 1833, aboliu também a escravidão. Como a Inglaterra já era uma grande potência européia, eles eliminariam qualquer ameaça a sua expansão imperialista e o Brasil passou a ser este empecilho, então começa a adotar medidas para que nenhum país atrapalhasse a sua expansão. Vale ressaltar que França estavam nessa luta imperialista contra a Inglaterra. Com a invasão de Napoleão em Portugal as Família Real foge para a sua colônia brasileira e quem faz a proteção marítima até chegar à costa brasileira? Inglaterra, e com isso Portugal se ver forçado assinar tratados com a Inglaterra cujo objetivo seria abdicação do livre comércio marítimo de escravos e então em 1815 no Congresso de Viena, o governo inglês conseguiu aprovar uma proposta que proibia o tráfico ao norte da linha do Equador e posteriormente após independência em 1826, em troca do reconhecimento da independência, a Inglaterra estipula um prazo de três anos exigindo que o governo brasileiro acabe com o tráfico.
Vale ressaltar que o Brasil estava passando por diversas conturbações no âmbito político econômico e social, com a saída de D. Pedro I, o governo brasileiro passa por uma transformação no quadro político denominado como período regencial 1831-1840 onde aparecem novos representantes cenários políticos, os liberais exaltados, os liberais moderados e os conservadores. E com isso inicia um cenário de várias tensões sociais devidos os representantes não atenderem as necessidades das províncias locais. Dentre essas revoltas é de extrema importância citar as revoltas escravas urbanas como a do Malês eclodida na Bahia em 1835, considerada uma das maiores revolta urbana articulada por escravos, a Cabanagem em 1837 no Pará também com cunho popular, a Sabinada ocorrida na Bahia em 1837 e as revolta dos quilombos que perpassa por todo o processo de escravidão no Brasil.
Com isso encerro mais um cenário desse envolvente tema que nos remete para tantas reflexões espera que vocês estejam gostando. Nosso próximo assunto é sobre como os escravos se articulavam criando resistência ao sistema escravocrata e como o escravo no século XIX se tornou o produto mais lucrativo do Brasil. Até logo!!!!
